segunda-feira, 2 de maio de 2011

BIN LADEN MORREU: TRIUNFO DA CARREIRA ACIMA DO SISTEMA



Entre todos os monstros criados pelos EUA na guerra fria para enfrentar a URSS, que havia invadido o Afeganistão, a infame Al-Qaeda e os seus Talibans pareciam os mais predestinados a realizar a profecia de que a criatura se volta contra o criador. Mas, o que todo mundo tinha mais certa era uma impossibilidade: a dos EUA recolherem sua sujeira e prender o líder da Al-Qaeda e levá-lo a tribunal. Afinal de contas, a CIA treinou os Talibans, armou-os e contratou-os para contra-atacar os russos. Até Stallone cantou a bravura deles em um dos filmes da série Rambo!
No banco dos réus, Bin Laden e os seus seriam testemunhas contra a CIA, muito mais do que contra si mesmos, e, por isso mesmo, poderiam vazar mais segredos que a Wikileaks.
Ademais, como Michael Moore cansou de explicar, a família Bin Laden é sócia da família Bush em negócios multinacionais, inclusive em empresas que vendem produtos e serviços para as forças armadas dos EUA. O próprio Osama era um pesado investidor na bolsa de Wall Street, segundo algumas fontes. Nem o FBI se atrevia a rastrear seus negócios como empresário, com medo de que a retirada dos seus investimentos pudesse criar um estrago no lucro de corretoras do mercado financeiro.
Bush jamais teria interesse em prender ou acabar com Bin Laden. Seus antecessores também não gostariam. Era impossível de acontecer, por uma simples verdade: preservar o sistema imperialista que criou Bin Laden estava acima de tudo.
Se Obama fosse coerente como seus antecessores, nada disto teria acontecido. Mas, Obama é carreirista como nenhum Presidente dos EUA foi. Para piorar: nunca houve um chefe-de-governo na América do Norte tão pressionado, tão colocado contra a parede, justamente pela parte mais reacionária e ardorosa defensora do sistema. Resultado: no dia primeiro de maio, Obama marca o primeiro grande golpe publicitário de sua campanha à reeleição, a saber, a execução do arqui-terrorista.
Do dia 1 ao 2 de maio, as ruas das grandes cidades dos EUA se encheram de pessoas cantando o hino nacional de lá, comemorando a vingança ou justiça contra o autor e mandante dos ataques de 11 de setembro de 2011. O comandante em chefe na TV, o justiceiro de plantão, dizia que os Estados Unidos comprovadamente podiam fazer o que quer que pusessem na cabeça que fariam.
O próximo passo provavelmente será capturar Khadafi e depois reivindicar para si próprio a “redemocratização” de Cuba. Quem viver verá!

2 comentários:

  1. ... depois reivindicar para si próprio a “redemocratização” de Cuba?
    .
    Isso vem ocorrendo há 50 anos.
    O Orçamento do Departamento de Estado dos EUA, para o ano fiscal de 2011, é um documento que merece exame. Este projeto revela, entre outros absurdos, que no próximo ano, os vizinhos do norte pretendem gastar mais de US$ 20 milhões para tentar subverter o Estado cubano.
    http://www.state.gov/documents/organization/135888.pdf
    .
    No passado recente, em seis capítulos, com 450 páginas, o chamado Relatório da Comissão de Ajuda para uma Cuba Livre, elaborado no governo Bush, não poderia conter mais rancor e planos de intervenção em assuntos internos de um país. Com tarefas estratégicas visando o colapso da Ilha, este último documento indicava o incremento de apoio à contra-revolução interna e a ampliação das campanhas internacionais, além de um programa de medidas para afetar a economia cubana. Em seu primeiro capítulo, destacava-se a disponibilidade de US$ 59 milhões para o desenvolvimento da “sociedade civil” em Cuba, contando com “voluntários” de terceiros países para que viajar à Ilha, em ajuda aos mercenários a seu serviço, para recuperar a "democracia" em Cuba.

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  2. Eu só vou ficar com medo de verdade quando a economia chinesa superar a norteamericana. Aí o dragão vai querer falar grosso, e a águia não vai mais tolerar a concorrência (hoje alimentada por eles próprios, diga-se de passagem). Que o acaso nos proteja.

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